quarta-feira, 25 de maio de 2016

Analfabetismo do 6º ao 9º ano. Como resolver?
Muitos alunos do Ensino Fundamental 2 não sabem ler e escrever. Confira como é possível resolver esse problema


Conheça três casos de sucesso

"Ele não participava das aulas porque não enxergava bem."

"Desde o início de carreira, sempre notei que alguns alunos chegavam aos anos finais do Ensino Fundamental sem saber ler nem escrever. Leonardo era um deles. Ele copiava as tarefas do caderno dos amigos sem saber o que estava escrito. O que ninguém sabia (nem o próprio garoto) é que ele tinha 6 graus de miopia e, por isso, não enxergava o quadro. Uma professora descobriu o problema em 2010 e lhe deu um par de óculos. Daí em diante, Leonardo precisava recuperar o tempo perdido. Retomei o material de uma formação sobre leitura e escrita que tinha adaptado havia tempos com propostas de alfabetização. Durante as aulas regulares, passei a apresentar atividades de produção de texto, leitura e oralidade, juntamente com o currículo normal. Hoje, Leonardo adora escrever, ficou em nono lugar em um concurso nacional de poesias e foi convidado a publicar o poema em um livro."
Adenilza Lira, professora do 7º e do 9º ano da EM Antenor Nascentes, em São Paulo.

"Eu me perguntava para que existia a escola. Não entendia nada."

"A professora Adenilza acreditou em mim e com ela descobri o prazer de ler e de escrever. Agora sei o valor da Educação na vida de uma pessoa. Hoje, gosto de livros de suspense, contos e história em quadrinhos. Também adoro escrever poesias."
Leonardo dos Santos, 16 anos.

"Calada, ela enfrentou problemas familiares quando criança."
"Ao conhecer Aline, entendi que alguns problemas de aprendizagem podem ter várias origens. Aos 14 anos, ela era aluna de uma turma de aceleração de 6º e 7º anos - sistema organizado pela escola com currículo mais enxuto e aulas focadas nos pontos em que a turma tem mais dificuldades. Ela sempre buscava na sala um lugar longe dos colegas. Aos poucos, fui conquistando sua confiança e descobri que as dificuldades dela não tinham a ver com conteúdos específicos de Língua Portuguesa do ano que estava cursando, mas com alfabetização. Ela me contou que até os 8 anos sofreu com problemas familiares e, por isso, não se concentrava nas aulas. Assim, não aprendeu a ler e escrever com competência. Calada, não contou a ninguém esse problema. Ao escutar o que ela tinha a dizer e acompanhar seu desenvolvimento, me aproximei dela cada vez mais. Propus tarefas de alfabetização, priorizando a leitura e a escrita de textos. Ela tomou gosto por aprender. Para complementar o trabalho, Aline frequentava aulas de reforço no contraturno.
Diógenes de Carvalho, professor da classe de aceleração do 6º e do 7º ano da CEF 427, em Samambaia, cidade satélite de Brasília.

"Problemas pessoais impediam que eu me concentrasse nas aulas."

"Quando era criança, não tinha um ambiente bom em casa e, por isso, não conseguia prestar atenção nas aulas. Fui reprovada no 1º e no 2º ano, mas não contava para ninguém os meus problemas. O professor Diógenes me fez querer melhorar. Ainda tenho dificuldades, mas já sei ler e escrever. Tenho irmãos e agora posso ajudá-los a estudar também."
Aline Gomes, 14 anos.

"Tímida, ela não revelava a ninguém que não tinha sido alfabetizada."
"Maria Vitória não dava trabalho aos professores. Eu achava que ela era tímida e queria ajudá-la a se relacionar com os colegas. Um dia, ela falou: ‘Não sei ler, professora’. Na mesma hora, pedi que lesse um texto. Ela apenas soletrava. Assumi o problema e pedi ajuda a alfabetizadores para reunir ideias e materiais. Planejei um trabalho de leitura e escrita para ser feito com ela e estudantes na mesma situação. Esse processo, durante o horário das aulas regulares, promove o aprendizado de todos. Em 2011, trabalhei com 20 crianças com dificuldades e apenas três ainda não leem e escrevem com autonomia. Maria Vitória avançou e hoje apresenta dúvidas que qualquer aluno da idade dela tem."
Lucimar Santana, professora do 6º ao 8º ano e do 1º ano do Ensino Médio da EE Ministro Jarbas Passarinho, em Camaragibe, no Grande Recife.

"Eu tinha vergonha de falar para as pessoas que não sabia ler e escrever."

"Sempre tive muita vontade de aprender, mas não conseguia me abrir, contar para os outros. A professora Lucimar mostrou que eu não precisava ter medo de tentar e me ajudou."
Maria Vitória Brandão, 11 anos.

Revista Nova Escola (http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-2/analfabetismo-6o-ao-9o-ano-como-resolver-680763.shtml?page=1)

sexta-feira, 20 de maio de 2016


Avaliação processual: o raio X do ensino e da aprendizagem na sala de aula
A combinação de vários recursos para mensurar o aprendizado é a principal garantia do ensino eficiente. Saiba como promover esse diagnóstico constante em suas aulas

Você já ouviu falar em avaliação processual? Sinônimo de avaliação formativa ou contínua, ela indica a prática de examinar a aprendizagem ao longo das atividades realizadas em sala de aula: produções, comentários, apresentações, criações e trabalhos em grupos. "Isso faz a diferença porque é o elo entre o ensino e a aprendizagem e torna o docente corresponsável pelo processo", afirma Benigna Villas Boas, professora da Universidade de Brasília (UnB) e autora de, entre outros livros, Virando a Escola do Avesso por Meio da Avaliação (144 págs., Ed. Papirus, tel. 11/ 2125-3900, 42,90 reais).

Avaliar dessa maneira permite acompanhar a construção do conhecimento, identificar eventuais problemas e dificuldades e corrigi-los antes de avançar. "Isso ajuda a interpretar o que a turma aprendeu ou não e, assim, intervir, mudando as estratégias", explica Jussara Hoffmann, autora de livros como Avaliação Mediadora: Uma Prática em Construção da Pré-Escola à Universidade(160 págs., Ed. Mediação, tel. 51/3330-8105, 24 reais).

Deveria ser assim sempre, mas em muitas salas de aula ainda predominam provas classificatórias, que servem como instrumento de poder e domínio do docente e deixam para o aluno toda a responsabilidade pelo resultado. "É importante que os educadores abram mão de avaliações tradicionais e coloquem esse recurso realmente a serviço da aprendizagem", continua Jussara.
A rotina atribulada e a formação deficitária dos docentes são aspectos que dificultam a adesão a propostas diferenciadas. "Isso resulta em falta de preparo para estimular uma cultura avaliativa que não seja excludente e punitiva", comenta José Albertino Carvalho Lordelo, da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Apesar dos obstáculos, é perfeitamente possível colocar essa nova visão em prática. "Antes de mais nada, o professor precisa ter muita clareza de seus objetivos", ressalta Denise Tonello, orientadora pedagógica e educacional do Colégio Miguel de Cervantes, em São Paulo. Segundo ela, um passo importante é criar o hábito de registrar o que se passa na sala. "Sem isso, informações preciosas podem se perder", explica Elisabete Montagner, formadora de professores do Sesi, em São Paulo. É possível anotar falas significativas, o desempenho e as dificuldades apresentadas pelos alunos, a participação geral e tudo o mais que ajude a ter um perfil claro da turma e que facilitará saber onde, como e quando intervir. "Fichas de acompanhamento facilitam o trabalho com classes numerosas", diz Elisabete.

A atribuição de nota não é um problema, pois as escolas e as redes às quais estão vinculadas, de um modo geral, costumam adotá-la. Na avaliação formativa, porém, ela não ocupa lugar de destaque. "Trata-se de um parâmetro, decorrência do processo", diz Benigna.

Outro ponto fundamental é diversificar os procedimentos, sempre pensando em criar desafios para a garotada. Nesse sentido, um forte aliado em todas as etapas de ensino é o portfólio. Ele pode reunir as produções mais significativas do estudante ou do grupo. "Esse material não é simplesmente uma coleção do que o estudante fez. Ele deve indicar o percurso de aprendizagem", defende Célia Maria Guimarães, professora da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp) e coautora do livro Fundamentos e Práticas da Avaliação na Educação Infantil (Ed. Mediação, no prelo). O portfólio permite ao professor ter uma visão mais ampla dos resultados e ao aluno fazer reflexões sobre o que sabe. Ele mesmo pode escolher o que será incorporado à pasta, num processo de tomada de consciência sobre o que foi aprendido e o que ainda falta aprender.

Nas páginas seguintes, estão três sequências de atividades de professoras que aderiram à avaliação processual. Você lerá o exemplo da autoavaliação feita pelos pequenos na pré-escola, da avaliação entre pares nos anos iniciais e da produção intensa de textos nos anos finais. Lembre-se, no entanto, de que as práticas avaliativas não são exclusivas de uma faixa etária ou outra. Elas devem sempre se adaptar às disciplinas, ao conteúdo que está sendo trabalhado e às características e necessidades da turma em questão.

Publicado em NOVA ESCOLA Edição 271, ABRIL 2014. 

Título original: Avaliar o tempo todo

segunda-feira, 2 de maio de 2016

O que é Geografia:
Geografia é uma ciência que que estuda o espaço humano em suas várias vertentes: física, biológica e humana.
A geografia também estuda a relação entre os aspectos físicos, biológicos e humanos do planeta Terra.
Os geógrafos estudam onde vivem os homens, onde estão as plantas e os animais,  a localização dos rios, lagos, montanhas e as cidades, porque  geografia significa descrição da Terra.
Os geógrafos utilizam as viagens, leituras, o estudo de estatísticas, mapas, para atualizar e aprofundar o conhecimento geográfico. A geografia precisa das outras áreas do conhecimento, como a geologia, a historia, a física, matemática, astronomia, biologia e principalmente a ecologia para obter informações básicas para aprofundar suas informações.
O estudo da geografia já se inicia desde o jardim da infância e estende-se até a universidade, porque com este estudo já há o desenvolvimento do sentido de direção da capacidade de ler mapas, do tempo. Clima e dos recursos naturais.
O estudo da geografia tem quatro linhas de investigação principais; a localização de acidentes geográficos, a descrição das partes do mundo, a explicação da origem dos acidentes geográficos do globo terrestre e as relações espaciais entre os acidentes e as regiões onde se encontram.
Geografia física
A geografia física é a área da geografia que analisa a evolução, distribuição e interação de componentes naturais e abióticos, como por exemplo, os solos e a atmosfera.
Esta segmentação da geografia abrange áreas como a geomorfologia, ecogeografia, climatologia e geo-hidrologia. Está intimamente relacionada com a geografia humana.
Geografia humana
A geografia humana consiste na ciência que estuda as relações espaciais estabelecidas entre o ser humano e o seu meio físico envolvente. Esta área de debruça sobre temas como a economia, demografia, meio ambiente e urbanização.
Esta área da geografia foi criada graças à contribuição do geógrafo e etnólogo alemão Friedrich Ratzel.
Geografia crítica
A geografia crítica (ou geocrítica) é uma doutrina de pensamento que redefiniu a geografia, descrevendo-a como uma ciência não neutra, mas capaz de ser usada para fazer uma crítica radical de uma sociedade capitalista.

O geógrafo brasileiro Milton Santos é autor de várias obras relevantes nessa área, sendo considerado por muitos como um dos pais da Geografia Crítica.